sábado, 1 de novembro de 2008




LAMENTO POR HOJE O ALGOZ QUE NÃO VEIO
CANTO HOJE A CANÇÃO NÃO ESCRITA
COMO UM CEGO ME VEJO NO ESPELHO
E COMO UMA SERPENTE NÃO VEJO MEUS PÉS

NAQUELA PAREDE FIZ UMA JANELA COM GIZ
E MESMO ASSIM NÃO VI A PAISAGEM
NEM A CHUVA CAIU
NEM O VENTO ME CONGELOU
NEM OS LADRÕES ENTRARÃO

HOJE DISCUTI COM MEU EGO
E NÃO SEI QUEM VENCEU
ACHO QUE OS DOIS PERDERAM
OU TALVEZ QUEM PERDEU FUI EU

NOS PORÕES DESSE COMODO
COCHICHEI SÓ PARA MIM
NA ESPERANÇA DE SER OUVIDA
NA LUTA POR UMA VIDA

REVISITEI MEU PASSADO E NÃO PUDE SAIR
CHOREI PELO DERRAMADO
AQUELA TAL ESPERANÇA MATEI QUE NEM VI
E O CHORO DE CRIANÇA NUNCA MEIS ECOOU AQUI

sábado, 18 de outubro de 2008


DIAS DE FRIO
LENTOS E APÁTICOS
TUDO PARECE INERTE E PALIDO
TALVEZ SEJAM ESSES OS MELHORES DIAS
NESTES DIAS VOCE SE CONFORMA
POR NÃO TER O QUE QUERIA
SUA VONTADE FICA ADORMECIDA
PERMANECE O DESEJO MAS ACOMPANHADO DE MELANCOLIA E ACEITAÇÃO

domingo, 12 de outubro de 2008


Por pequenos fragmentos dessa história
tão insólida e tão minha
Por pequenos e grandiosos
Desejos e desfechos
Que de tão indiferentes
nos doem nos poros
Nesses poros entupidos
Por magoas passadas
Dos dias tristes da personagem remoçada
Que de tanto que tentava guardá-la
Que de tanto que a deixava
Presa e quieta dentro de si
Intoxicou-se de si mesma
Overdose!
Ela não cabia mais em si
E então nossa pequena personagem
Transbordou para o “além mim”
E com isso percorreu novos caminhos
Através de inúmeras gotas
Gotas de sangue
Gotas de lágrimas
Gotas de vinho
Gotas de tinta (de caneta)
E descobriu como...
Docemente disse: _ Beba-me
E já dissolvida numa mesclagem dela
com o que talvez nunca fará parte de seu ser
E pelo Sol se vaporizou
E agora plaina em seu novo estado etéreo
Nenhuma melancolia dura no Sol
Só na lua
Sempre só

...


Doeu de subto
talvez pela longa espera
talvez pela demora de acasos
mas, por fim nasceu

e como uma placenta
espalhou seus fragmentos
lambuse-se!